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05 janeiro 2017

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Fototerapia

Fototerapia

Fototerapia é a utilização da luz para tratamentos médicos. Essa luz pode ser a luz natural do sol ou através de lâmpadas artificiais que emitem a luz na radiação específica desejada para aquele determinado tratamento e doença.

Entenda melhor o tratamento

A luz natural do sol emite radiação que ocupa a faixa espectral de 100 nm a 3000 nm (3 ?m), sendo uma parte absorvida pelas moléculas de oxigênio e de ozônio, outra perdida por reflexão ou difusão, e 51% que chegam à superfície terrestre. Cerca de metade desta energia é emitida como luz visível e o restante como radiação infravermelha e ultravioleta.

A radiação UV se divide em ultravioleta A {UVA- 320 a 400 nm}, ultravioleta B {UVB – 290 a 320 nm} e ultravioleta C {UVC – 200 a 290 nm}. Essa última não chega a superfície terrestre, uma vez que seria extremamente danoso caso fosse absorvida pela camada de ozônio. A radiação ultravioleta é a radiação mais energética da luz solar, possuindo grande poder de penetração na pele. Portanto, a UVA e UVB são utilizadas especificamente para a fototerapia pelo seu papel imunomodulador e imunossupressor. A grande vantagem das cabines de fototerapia é que elas se utilizam de lâmpadas especificas dentro do espectro da UVA e da UVB, e com espectros nas zonas estreitas de radiação, favorecem a atuação e evitam efeitos colaterais.

A partir da década de 80, passou a se utilizar com mais frequência a fototerapia com UVB banda estreita (“narrow band”), que atua especificamente dentro da radiação 311-313 nm, diminuindo, assim, os riscos e aumentando os resultados. No campo da Dermatologia, a fototerapia é indicada para várias dermatoses, principalmente para psoríase, vitiligo, dermatite atópica e linfoma cutâneo de células T primário de pele.

Principais indicações

Psoríase

Psoríase é uma doença frequente em todo mundo, atingindo em média 1 a 2% da população.  Acomete o indivíduo em qualquer idade, inclusive na infância e na terceira idade. Tem causa desconhecida, base genética, doença hoje em dia considerada auto-imune, não infecciosa nem contagiosa.

Ainda não se descobriu o que faz ativar o processo que leva a um crescimento desordenado da pele nos locais atingidos levando às lesões típicas.

Existem fatores desencadeantes como stress psicológico, trauma físico, infecções uso de medicamentos como lítio e anti-inflamatórios, entre outros. As lesões são manchas vermelhas e descamativas grandes ou pequenas, muitas vezes infiltradas ou edematosas, principalmente em cotovelos, joelhos e por cima de outras articulações, podendo atingir também couro cabeludo (simulando uma seborreia mais forte), regiões palmo-plantares, outras partes do corpo e unhas. Existe a psoríase em placas que é a mais comum, mas existem formas pustulosas, em gotas, disseminada em todo corpo (eritrodérmica), apenas nas unhas, apenas no couro cabeludo, etc. São muitas doenças em uma só.

A psoríase não se restringe apenas à pele, atinge também em 30% dos casos as articulações causando a artrite psoriásica que pode ser muito parecida com outros tipos de artrite como por exemplo a artrite reumatoide. A psoríase está frequentemente mais associada a outras doenças como sobrepeso e obesidade, depressão, distúrbios cardiovasculares incluindo síndrome metabólica, disfunções sexuais e outras.

Dos casos de psoríase 70% são casos mais leves que requisitam apenas tratamento tópico e medidas não medicamentosas como dieta, exercícios, perda de peso, relaxamento, etc. Os 30 % de casos mais extensos e mais graves precisam ir além do tratamento tópico. A fototerapia é um primeiro passo quando apenas a pele esta acometida e é nessa doença que esse tratamento com radiação ultra violeta A ou B apresenta seus melhores resultados. Hoje prefere se a fototerapia com UVB banda estreita na maioria dos casos para evitar uso de medicações associadas. Se essas medidas não forem suficientes, existem medicamentos antigos (acitretina, metotrexate, ciclosporina) e novos (imunobiológicos) com excelentes resultados e controlando muito bem a doença, melhorando a qualidade de vida do paciente de modo muito gratificante. Tratar de psoríase é tratar do todo. A escolha do tratamento depende da forma da psoríase, do local atingido, da extensão do comprometimento, das doenças associadas e do estado geral do paciente, físico e emocional. Muito tem se evoluído nessa área, o paciente precisa procura um médico que tenha experiência nesse tipo de doença, ouvir segunda opinião, se informar e saber que não ter cura não significa não ter tratamento e possibilidade de ficar totalmente bem, sem lesões, em remissão da doença por muitos e muitos anos.

Vitiligo

Vitiligo é uma doença muito frequente que atinge cerca de 1% da população. Tem bases genéticas e neuro-imunológicas.  Existem fatores desencadeantes e agravantes como stress, queimaduras, traumas físicos e contato com algumas substâncias químicas. As manchas brancas aparecem frequentemente na genitália e áreas simétricas como cotovelos, dorso de mãos e pés, joelhos e tornozelos.

Existe várias formas de vitiligo: focal ou localizado, segmentar e sistêmico. O sistêmico pode ser mais na face e extremidades (acro -facial) ou disseminado. Existem casos de evolução lenta e casos que já começam de modo mais rápido e extenso. Cada caso é um caso, os quadros não são todos extensos nem graves, existem quadros leves que não evoluem e até regridem espontaneamente ou com o tratamento. Apesar do vitiligo não ser contagioso e não trazer prejuízos à saúde física do paciente é preciso saber que lesões provocadas pela doença podem impactar significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente, sendo recomendado pelos médicos o acompanhamento psicológico, quando necessário.

O médico dermatologista precisa avaliar quando começou, se está progredindo no momento, fatores agravantes, doenças associadas, extensão do comprometimento e impacto da doença na qualidade de vida do paciente. A doença tem tratamento. Visa primeiro parar a progressão do aparecimento e aumento das manchas e depois, ou paralelo, repigmentar e estabilizar. A fototerapia (principalmente com UVB banda estreita) acompanha todas as etapas do tratamento e é utilizada no mundo todo, geralmente associada a medicamentos tópicos e orais. No caso de manchas residuais existem abordagens cirúrgicas com microenxertos com resultados positivos e satisfatório.

Existem muitas pesquisas em andamento e perspectivas de novos medicamentos. Importante o paciente manter bem o lado psicológico e manter o tratamento com profissional especializado, com cuidado para não cair em falsas promessas de milagres. Precisa acreditar que tem tratamento, que tem quadros com respostas excelentes, procurar profissionais qualificados, ter persistência e adesão ao tratamento.